quinta-feira, 22 de dezembro de 2011


LENDO a coluna de uma amiga, resolvi contar essa história que vivi.

Meu avô era “cabra da peste”, como ele sempre dizia ao acabar o Jornal Nacional... rs

Teve 7 filhos com minha avó e a criação de todos era o motivo da sua vida. Então, a cada evento que acontecia, como aniversário de casamento deles, a festa era grande. Muitas  pessoas envolvidas.

Chegou um tempo em que ele teve câncer... que evoluiu a um ponto em que não se tinha mais nada a fazer senão dar altas doses de remédio pra não sentir dor.

Minha mãe veio pra SP e cuidou dele durante muito tempo e sempre que precisava de algo eu a ajudava.

Ele bravamente se mantinha firme... um belo dia, a família inteira se reuniu para o seu aniversário. Na época, minha namorada, que é cantora e um amigo meu que toca teclado, fizeram um show pra ele. Tocaram “Eu sei que vou te amar” a pedidos dele mesmo. Entre minhas lágrimas eu o observava... ele paradinho... só ouvindo... e... agradecendo a cada um. Eu tenho certeza de que ele estava se despedindo, mas ninguém percebeu aquilo. Eu também não comentei nada com ninguém, mas aquilo mexeu muito comigo.

Pouco tempo depois eu fui chamado às pressas para ir à casa dele, pois minha mãe falou que ele estava sentindo muitas dores e que precisaríamos levá-lo ao hospital.

Chegando lá eu percebi que a dor era muita mesmo... e no corpo todo, pois eu não conseguia encostar nele sem que ele gemesse de dor. Tive que coloca-lo na cadeira de rodas pra descer para a garagem. Ao chegar lá tive que carrega-lo novamente para dentro do carro. Eu nunca fiz tanta força na minha vida inteira em tão pouco tempo. Foram os 5 minutos de mais suadouro e nervoso pra pegá-lo de um jeito que não doesse, mas era impossível.

Quando consegui fomos ao hospital e ao chegar lá minha mãe pediu para que aguardasse no carro com ele enquanto ela via o que fazer. Meu avô estava dormindo... tranquilamente. E eu bati um papão com ele. Cheguei até a comentar o que havia sentido no aniversário dele. Ele não acordou pra escutar, mas tenho certeza de que ouviu tudo o que disse.

Meu sentimento era de alívio no momento, pois sabia que ele não sofreria mais e que era a última vez que o estava vendo. Ele já havia se despedido de todo mundo e agora estava leve para partir.

Não sei quanto tempo se passou até minha mãe aparecer, massa comunicação sem palavras foi tão gostosa que era como se estivéssemos gargalhando de tudo aquilo.

... realmente tudo o que eu havia imaginado aconteceu.

Ainda me pego, de vez em quando dando algumas risadas ao lembrar dele, das coisas que falava e como falava. Nos divertíamos quando eu começava a imitá-lo.

A única avó minha que ainda está viva é a mulher dele. Ela me contou a história de como se conheceram. Um belo dia ela chamou as amigas para ir a um desfile do exército.  E ela falava o tempo todo que conheceria o homem da vida dela aquele dia... e não é que aconteceu? Assim que o avistou tinha certeza de que era ele.

As histórias estão aí... o tempo todo.

Bjs.

terça-feira, 4 de outubro de 2011



CERTA VEZ eu saí pra almoçar com uma amiga chamada Cinthia que cuidava do Espaço Cultural que a Banda Homem do Brasil tinha. E na conversa perguntei o que ela tem na vista. Ela usa óculos e eu brinco muito com pelo tamanho de tela que usa no micro... tudo é muito grande. Eu também perguntei desde quando ela ficou sabendo que não enxergava cores. Me disse que descobriram quando começou a falar, pois foi fazer um teste pra separar peças de formas e cores iguais ou parecidas e a cabecinha daquela criança deu nó... tudo era parecido. Perguntei se incomoda em comentar isso com as pessoas, mas ela disse que já prefere falar logo. Por isso estou escrevendo essa coluna.

Nessa conversa comentei de como seria uma doideira pra ela se passasse a enxergar as cores. Será que o vermelho que ela diz gostar tanto seria o vermelho mesmo? Até brinquei que faria um teste com ela colocando todas as cores na sua frente e pediria pra pegar o vermelho... rs

Perguntei também se tem algo que ela gostaria de saber como é e pra minha surpresa ela disse que sente só por uma coisa... por não saber como é um pôr-do-sol. De uma certa forma isso me tocou muito no momento. Mas logo eu disse que cada coisa tem a sua beleza particular e que a lua tinha uma beleza tão especial quanto. E uma noite enluarada não tem cores... nem por isso deixa de ser bela. Será que estou falando isso porque enxergo as cores?

Mas que diferença tem nisso tudo se eu vejo as cores nas coisas, mas não enxergo elas na minha vida. O mais importante é enxergarmos a nossa vida colorida e não querer ver somente nas coisas que fazemos. Por que o que fazemos é mais colorido do que o que as outras pessoas fazem? Por que o que fazemos é mais importante do que os outros conseguem fazer? Por que o que faço tem mais valor e por isso tenho que ficar me vangloriando do que fiz e menosprezando o que você fez?

Além disso tem muita gente que despreza seu passado sempre achando que o que sabe hoje é a verdade do mundo e o que faz é o melhor pra si e pra todas as outras pessoas. “Não! Eu já sei de tudo! Agora eu sei o que faço e o que sou!”... pronto... parou novamente de evoluir e querer aprender com a vida. Digo com a vida porque não interessa de onde e muito menos de quem venha um sorriso, uma mão estendida, um abraço e até mesmo uma palavra. Essa pessoa que se julga a sabichona se acha digna de ser colocada num pedestal pra que todas as outras a sigam e a endeusem... que pena... parou de ver as cores da vida e agora só vê cores nas coisas... e o pior, nas coisas que só ela faz.

Ci, qual das duas fotos você gostou mais?

Se você escolheu a de cima, talvez eu tenha uma ligeira idéia do que você vê. Se escolheu a de baixo eu posso te dizer que cores tem um pôr-do-sol, mas isso não terá o menor valor pra mim, nem pra você nem pra ninguém... se eu estiver desprezando as cores da minha vida e só me prendendo às cores que vejo nessa imagem.

E posso te afirmar uma coisa. As cores que vem da sua vida vem de dentro de você. Do seu olhar, do seu carinho, do seu coração, do seu sorriso, do seu poder, de suas responsabilidades, da sua segurança como mulher e pessoa, da sua vontade de lutar pelo que acredita, do seu amor e de tudo aquilo que te faz uma pessoa especial... tão cheia de cores.




quinta-feira, 29 de setembro de 2011



O filme fala sobre pessoas que estão sempre presentes quando todas as outras querem estar fora. Pessoas que ajudam outras a saírem de um problema, de uma dificuldade, se colocando dentro destes. Pessoas que dão a vida para que outras tenham a chance de viver.

Isso pra mim é a mesma coisa que dar amor. Aquele amor que está sempre presente, mesmo que a outra pessoa não o queira e nem o sinta.

Um amigo disse uma vez que: “Amizade é um pequeno amor... Amor é uma grande amizade”.

Engraçado você dizer que sente falta da minha amizade. Será que é falta daquele amor? Será que você está julgando que tudo acabou por causa de sentir essa falta?

Acho que todas as coisas começam por causa disso... começam com a amizade... com aquele amor escondido, que nem nós ainda conseguimos enxergar. Mas é aquele amor que nunca vai acabar. Aquele amor que até pode doer... mas é porque foi vivido. Aquele amor que deixa marcas... mas é porque tem ótimas lembranças. Aquele amor que faz chorar... mas é porque te faz sorrir sempre que lembra dele.

Acho que o que mais muda em tudo isso é a forma de aprender a viver. Vivendo, nós sentimos, relutamos, dançamos em um dia de sol com chuva, nos surpreendemos com coisas que conseguimos fazer e que sempre julgamos impossíveis... nós choramos de tanto rir e começamos a rir ao percebem que choramos por pequenas coisas. Nós queremos que tudo seja da nossa maneira e aí tomamos uma rasteira ao perceber que recebemos tudo aquilo que necessitamos... na dose certa, no momento certo... da forma perfeita que a natureza quer... a nossa natureza. A nossa natureza que nos mostra nossas dificuldades e dons, nossas alegrias e tristezas, nossa coragem e nossos medos, nossas palavras e nosso silêncio, nossos momentos vividos e aqueles que barramos... nosso ego... nosso amor...

... amor que nunca deveria ser escondido, seja de que forma for.

Vejo uma lágrima escorrer ao mesmo tempo em que um sorriso se abre...

... isso é a natureza da vida...

... isso é uma grande amizade...

... AMOR.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Bonete e esporte radical



FERIADO...

Faz um tempo o Gui me propôs pra viajarmos no feriado de 7 de setembro. Não tínhamos pra onde ir ainda, mas logo ele veio com a idéia de ir pra praia do Bonete, na Ilha Bela. Eu aceitaria ir pra qualquer lugar, mesmo se fosse sozinho. Mas o convite foi muito legal e me senti honrado de ter sido convidado... valeu Gui!

O que não sabíamos é que, além do surf, nós praticaríamos outro esporte radical. O Gui sabe surfar, mas pra mim este esporte ainda é bem radical... ondinhas de ½ metro estavam me assustando... rs

O esporte radical que estou falando é chegar até o Bonete com barquinho (segundo o Gui, TOC TOC)... estes da foto. Vocês podem estar achando que somos frouxos... então façam este passeio. O dia que pegamos não estava nada de assustar, disse o Beto, o piloto.

Vamos lá... mais uma experiência. Chegamos e ficamos esperando chegar o dono (Martins... figura... rs) da pousada que nos ajudaria a ser encaixados num barco... depois vão saber porque encaixados. Quando ele chegou logo nos encaminhou pro barco do Beto onde iríamos nós 2, eles 2 e muitos mantimentos... comidas, bebidas e etc.

Barco carregado...

- “passem as malas pra mim... já pegaram tudo?” – perguntou o Beto
- “como assim? Nós não podemos levar nada na mão?”
- “não... a não ser que possa molhar...”
- “molhar? Mas eu queria levar a câmera pra tirar fotos...”
- “é à prova d’água?”
- “não...”
- “então guarde e deixe eu cobrir, pois vai molhar...”
- “mas como assim?”

Nessa hora o Martins deu uma risada... aquelas que parecem safadas... rs... “você vai ver... rs”.

Convencidos, esperamos o sinal pra subir a bordo. Beleza! É agora...

- “podem se sentar no estrado... esse aí do fundo do barco”
- “vixe... tem um banco... vamos sentar embaixo do banco... ENCAIXADOS...”

Só que na hora que o Gui sentou também percebemos que ali não cabiam 2 pessoas do nosso tamanho, ou seja, ele passou o braço por trás de mim e eu fiquei sentado de meia bunda, só com a “bochecha” esquerda. Nada cômodo pras duas horas que passaríamos ali. Ainda por cima ficamos de costas pra frente do barco, encostados em todos os mantimentos e malas que tinham sido cobertas por lonas... LONAS?! Pelo jeito ia molhar muito mesmo... mas tudo bem, tá sol... afff. Sentados no fundo do barco, só nossas cabeças apareciam pra fora. Coloquei meu cotovelo apoiado na borda do barco e fiquei esperando algo acontecer... de repente ele balança todo pro meu lado fazendo meu cotovelo inteiro entrar e sair da água. O que teria sido aquilo?!?! Era o Beto subindo no barco. Perguntamos se era normal e ele disse que se desequilibrou um pouco... UM POUCO?!?! Quase afundamos sem mesmo sair?!?! Já começamos a achar que aquilo seria uma aventura que não fazíamos idéia. Fora isso o Beto veio apoiado nas duas bordas até chegar na nossa frente, pois o motor e as cordinhas que corriam pela lateral do barco até a parte de trás, responsáveis por mexer no leme ficavam onde estávamos. Foi quando ele olhou pra trás e disse: “bosta”... eu não gosto quando escuto isso, mas logo vi que ele conseguiu pegar a cordinha que queria e tudo tava certo.

Rema... rema... ligou o motor. Pelo menos era um motor novo e o barco também. Ele é feito de uma peça só, um tronco inteiro... “IMPRECHIONANTE!!” – como diz meu amigo GuanaBara Toshiro.

E lá vamos nós... o barco vai a uns 25Km/h, mas a impressão é de mais velocidade, pois não tem almofadinha... rs.

Uns respingos de água vinham na nossa direção, mas até aí tudo bem. Percebi que a coisa ficaria mais brava quando o Beto colocou uma roupa de pescador pra agüentar água “braba”. Realmente o único lugar seco do barco era atrás dele.

Estávamos no canal ainda. Tínhamos que ir pro outro lado da Ilha.

Tava tudo legal e divertido, pois era tudo novidade pra mim e pro Gui. Conversávamos e dávamos risada... até que o sol sumiu... o frio começou a pegar, a água a nos molhar e o vento...

Puxava conversa pra saber tempo de viagem e condições do mar. Ele falou que perto do Bonete a coisa ia ficar mais difícil. Pensei... “se eu chegar sem estar congelado já vai ser lucro?”

Quando saímos do canal percebemos que o mar também estava diferente. Eu e o Gui ríamos e queríamos fazer piada da situação pra ver se relaxávamos, mas as condições sempre nos lembravam do que estava acontecendo.

Foi quando ondas começaram a aparecer... não aquelas de meio metro que falei. O Gui falou que deviam ter uns 2 metros no mínimo. E nós encarando tudo aquilo com um barco... fininho... e que balançava não como um cavalo em rodeio, só pra frente e pra trás, e sim, como um touro... EM TODAS AS DIREÇÕES!! E sobe onda e desce onda. Eu nunca tinha passado por aquilo. Procurava pensar em várias coisas, mas essas várias coisas não me vinham à cabeça. Procurávamos tirar coragem um do outro e tentar acostumar com aquela situação o mais rápido possível.

Às vezes olhava a cara do Beto pra ver as feições dele... não mudavam... ou ele sabia muito bem o que estava fazendo ou estava congelado. Pra falar a verdade teve uma vez só que ele mudou a feição. Deu uma inclinada em nossa direção e olhou para um ponto do barco. Não gostei da cara dele. Sabe quando você faz com a boca que os cantos descem e você completa com o olho e a testa franzida fazendo como se fosse um ponto de interrogação? Além disso eu vi que tinha algo que não deveria ser da forma que ele estava vendo. O Gui não percebeu isso. Eu queria ter repartido esse momento de desespero com ele, mas só fiz quando chegamos no quarto da pousada.

E dá-lhe mar e ondas... sobe e desce. Perguntamos quanto faltava e ele disse q ainda tínhamos 40 minutos pela frente.

Eu pensava no como aquilo tudo poderia ficar mais “difícil”. Eu me sentia um peso de mercadoria dentro daquele barco. Não fazia idéia do que poderia e deveria fazer se algo “mais difícil” exigisse reações minhas. Estava travado e encaixado embaixo de um banco, com metade da bunda quadrada e dormindo e duro de frio.

Ás vezes o Beto se inclinava pra baixo pra tirar água do barco e a cada inclinada eu pensava: “OLHA PRA FRENTE! OLHA PRA FRENTE! DEIXA QUE EU TIRO ESSA ÁGUA DAQUI!”. Não fazia idéia pra onde estávamos indo, pois sentamos de costas.

Foi quando ele diminuiu a velocidade e começou a tirar a roupa... até o sol apareceu pra nos receber! Devíamos estar chegando no “difícil”. O Beto me tranqüilizou quando pediu ajuda pra tirar todos os mantimentos do barco pra ser mais rápido. Aquilo era um sinal de que nós conseguiríamos chegar na praia com tudo aquilo, e nós, ainda dentro do barco.

Conseguíamos olhar só um pouco pelo lado e ver a praia com as ondas que pegaríamos pra chegar até a areia. Ele foi controlando a velocidade pra sempre ficar em cima de uma onda até atracarmos... “podem sair.” Eu não estava acreditando naquilo e nem conseguindo sair... rs. Eu e o Gui queríamos sair ao mesmo tempo, mas não tinha espaço pra isso. Saí primeiro.

Levamos todas as coisas pro seco e fomos ajudar a puxar o barco, em outro local da praia, pra que ele ficasse na areia. Todo o frio foi passando fazendo isso.

Chegamos lá na 4ª e a praia estava uma delícia... só pra nós praticamente. UM PARAÍSO! O Gui não parava de falar: “QUE TESÃO! QUE TESÃO!”... rs

Nós fomos deixar as coisas na pousada do Martins e voltamos pra pegar umas ondas.

Agora era só curtir a beça o feriado e... pensar na volta... rs

Bom, aconselho a todos irem pro Bonete. Podemos até combinarmos de ir todo mundo junto, vamos?! Mas desta vez só vocês irão de barquinho, pois nós iremos de trilha... rs

É claro que a forma que escrevi esta coluna é verdadeira e com fatos reais, mas ela é um pouco crônica também, então, os fatos podem ter tomado uma dimensão de relato um pouco maiores. Com certeza, se precisar, eu faria essa viagem de barquinho novamente.

Abs e Bjs!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

MEU SALTO...


TENHO certeza de que para conseguir ultrapassar nossos medos a melhor maneira é sempre olhar pra frente.

Pra quem não sabe, dia 1º de julho, eu me dei de aniversário um salto de pára-quedas. Uma coisa que já tinha a vontade de fazer a muito tempo.

A diferença de eu ter conseguido realizar hoje é a explicação lá de cima. Eu encarei tudo aquilo olhando sempre pra frente, no próximo passo. Eu teria no mínimo 10 razões pra desistir e deixar que meu medo me fizesse parar.

Além de tudo isso a minha ficha demorou bastante pra cair... quase uma semana e meia... agora... na noite anterior............ AAAAAAHHHHHHH!!!!!

Levantei no meio da noite pra ir ao banheiro, tomar água e nem quis saber que horas eram, mas ao deitar, deu apenas uns 5 minutos e o alarme disparou... junto com meu coração... rs

Era 5h40 da manhã. Eu não acreditava naquilo tudo, pois ainda era de noite. Combinei com o Fernando na Tambor às 6h15... e lá estava ele. Ele também estava com medo, coisa que eu não conseguia entender, pois pra quem anda de moto em SP isso deveria ser fichinha de encarar.

Nos encontramos com uma galera na Pça Panamericana e fomos pra estrada até Boituva. O dia foi abrindo no caminho e saiu um sol maravilhoso. Chegando em Boituva começou a ficar tudo nublado e parecia que já estávamos nas nuvens... 1º motivo pra desistir... será que aquilo era um sinal?! Rs. Quando temos medo de fazer algo tudo vira um sinal... sempre a nosso favor. Nós somos muito fracos e sempre vamos buscar as respostas pras nossas conveniências, por isso é bom sempre nos colocarmos do outro lado também.

Chegando lá ficamos sabendo que teríamos que esperar o céu abrir pra fazer os saltos.

Acho que uma hora depois estava tudo pronto e a menina perguntou quem seria o primeiro... 2º razão pra eu desistir, pois ninguém se habilitou. Pensei: “eu vou agora e quero ser o primeiro, pois não quero saber de ser um dos últimos e ficar escutando de um e de outro que dá pavor, que nunca mais faria aquilo, que o pára-quedas não abriu e teve que usar o 2º... EU VOU!!!!”. Meu apelido passou a ser cobaia... rs.

Em pouco tempo eu já estava pronto, vestido e tendo explicações do que fazer lá em cima. Muito fácil e eu até estava com um sorriso na boca... também, estava a 5cm do chão... rs.

“Vamos?!”. Afff! Chegou a hora. Me senti um pouco caminhando em direção à sala do dentista, sala de operação, sei lá... sabe aquele frio na barriga? Depois eu iria descobrir que aquele frio não era nada.

Sentia no olhar das pessoa meio que um sorriso de medo por mim e aquela brincadeira era repetida por todos... “E aí? Seu carro vai ficar pra quem?”... 3ª razão pra desistir.

Fui o último a entrar no avião, ou seja, o primeiro a ter que saltar... 4ª razão.

O tempo todo o instrutor perguntava se estava tudo bem. Eu dizia que até o momento estava muito melhor do que no dia anterior... aí... o avião se posicionou na pista e começou a acelerar. Mas ele não soltava o freio e o bico do avião começou a apontar pra baixo (5ª razão). Parecia que estava num porta avião e de uma hora pra outra eu seria estilingado pra frente... foi o que aconteceu. Não sei porque o piloto fez aquilo, mas as pessoas no chão me falaram que em 100mts nós já tínhamos decolado. Sabe aquele desenho que a gente vê nos aeroportos de avião decolando, com o bico bem pra cima? Foi assim mesmo que aconteceu. Nós subíamos em forma de espiral ascendente... muito rápido. Me senti como um urubu quando pega o ar quente pra subir.

Quase chegando na altitude do salto, 12 mil pés, ou mais ou menos 4 mil metros, ou falei pro instrutor que poderia sair do avião fazendo piruetas e loops, pois talvez aquilo diminuiria a minha sensação de queda.

De repente a “porta” abriu. Um porta de correr, fininha, frágil (não vou nem contar como duas, mas esta é a 6ª razão) e nessa hora o avião deu uma reduzida na velocidade que parecia que tinha parado e estacionado em alguma nuvem que não existia. Pareceu ter pisado no freio literalmente... “imprechionante!!!” (como diria meu amigo GuanaBara Toshiro) – 7ª razão. 2 doidos já saltaram como se nada tivesse acontecendo e eu era o próximo. Fui de joelhos até a porta. Se a distância fosse maior até teria aproveitado a posição pra rezar, mas nem deu tempo. Agora sim, uma razão muito forte pra desistir (a 8ª)... tive que sentar na porta do avião com os pés pra fora... eu até olhei pra baixo, mas logo o instrutor puxou minha cabeça pra trás, pois era a posição que deveria ficar. Isso ajudou muito porque sem olhar pra onde você vai até que não dá medo. Mas isso não me fez esquecer de onde eu estava, é claro.

O instrutor checou tudo com o outro paraquedista que ia filmar e fotografar pra ver se estava tudo certo e perguntou pra mim se poderíamos saltar... já não adiantava mais nada e colocar as razões pra não fazer aquilo em pauta, pois daquela situação eu só conseguiria ir pra baixo mesmo, mas se eu tivesse qualquer tipo de poder de teletransporte, aquela seria a 9ª razão pra desistir.

- “Podemos ir?”
- “Vamos!!!” – nem acreditei nas palavras que saíram da minha boca naquele momento.

... céu... terra... céu... terra... terra... céu... céu... terra... terra...... “MÃE! PAI! HORÁÁÁCIOOOO!!! EU TAMBÉM SEI VOAR!!!! EU ESTOU VOANDOOOOO!!!!”

A sensação de queda acaba quando normaliza a posição e você fica de barriga pra baixo. Pensei que fosse ser difícil de respirar, pois a velocidade de queda é de uns 200km/h. São 50 segundo de queda livre e tentativa de se olhar tudo o que se tem pra olhar lá de cima. Uma sensação maravilhosa. A impressão de não estar caindo acontece porque você não percebe, de tão alto, que o chão não está se aproximando. Lembrei um pouco de quando voei de balão.




Agora chegou a hora de maior apreensão e as duas razões que valeram por uma enorme, a 10ª, pois elas vieram quase que juntas. Separadas apenas por 4 segundos. Quando o câmera sair da minha frente... “AI! Vai abrir o pára-quedas!!! E VAI TER QUE ABRIR!!!! ABRIU, OBA!!!! AAAAAAAHHHHHHH!!!! AGORA EU VOU TER QUE CONTINUAR GRUDADO NO INSTRUTOR, SENÃO NÃO ADIANTOU NADA ELE ABRIR!!!! HORÁCIOOOOO, CADÊ VOCÊ?!?!?!....... YES!!!!

Passei de 200km/h pra 10km/h em 4 segundos. Eu pensei que o tranco fosse ser maior, mas maior mesmo passou a ser a pressão nas “partes baixas”. Aquele “super cinto de segurança” que nós colocamos pra ficar grudados no instrutor é muito mais agradável para as mulheres do que pra nós. Tanto que o instrutor perguntou se estava tudo bem e depois de me escutar falando fininho ele disse pra eu ficar de pé nos pés dele e aí ele pode dar uma afrouxada pra eu respirar... rs

Dali pra frente foi só curtir outra forma de descida. Às vezes ele fazia umas manobras que dava um frio na barriga, mas foi tudo muito bom.

Pra pousar eu tinha que segurar numa parte da roupa na altura dos joelhos e levantar a perna. Não fiz questão de cair de pé e quando percebi já estava no chão, sentado e depois de solto... deitado. Agradecendo por tudo aquilo que havia passado.

Com certeza faço novamente tudo isso, pois é uma sensação indescritível, por mais que eu tenha escrito e tentado descrever tudo.

Supere seus medos. Olhe sempre pra frente e nunca abaixe a cabeça pra o que quer que apareça de dificuldades, pois o passo seguinte é sempre mais forte e poderoso.


terça-feira, 26 de julho de 2011



A cada segundo

Como sabemos, o índice de refração de uma substância depende não só da natureza dela, como também da freqüência (cor) da radiação incidente. Ele é distinto para cada radiação monocromática, para uma mesma substância. Em geral, aumenta com a freqüência da radiação incidente (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta).

Devido a esse fato, todo pincel de luz, não monocromático, ao sofrer desvio, por refração, decompõe-se em pincéis de luz monocromáticas - é a dispersão da luz que acompanha o fenômeno da refração.

Pareço estar falando grego, mas tenho certeza de que você sabe do que estou falando... arco-íris.

Tem coisas nesta vida que por mais que te expliquem, a impressão que dá é que você nunca vai conseguir entender... não pela explicação, mas sim pela beleza, pela energia, pela vida que existe.

Uma vez fizemos um show em Joanópolis, num lugar que se chama Ponto de Luz. Antes de tocar, caiu uma chuva, daquelas que dá vontade de ficar nela... com um pouco de sol. E depois apareceu um arco-íris. Enorme... um arco perfeito e muito forte. Existe a explicação pra este fenômeno, mas quem quer explicações numa hora dessas? Quem quer falar quando um sorriso toma conta do nosso rosto? Quem quer falar quando o sentimento que estamos tendo não tem explicação, mas é um sentimento que nos faz voar, nos deixa nas nuvens, nos faz ficar com um olhar com um brilho diferente? Faz com que a gente perceba que existe uma força muito maior do que qualquer explicação.

Depois de sentir tudo isso nem preciso falar que o show foi muito especial e diferente de tudo o que já fizemos até hoje. Pra variar o show foi fora dos padrões e o que seria de 1h se tornou 1:30h e nem percebemos. As pessoas dançavam, pulavam de uma maneira que eu pensava: “não vão agüentar 3 músicas”... pois agüentaram todas e ainda pediram bis. Depois até falaram que nós tínhamos feito um show maravilhoso e o Sam (nosso baixista da época) disse a coisa certa: “hoje o show foi de todo mundo.”

O show é de todos se repararmos que nós, o tempo todo, somos brindados com segundos que só nós vimos dentre quase 7 bilhões de pessoas. Isso é mais que especial. Este é o show de segundos que a vida nos dá... a cada segundo.

quarta-feira, 6 de julho de 2011



MOREI em Aracaju (SE) 7 meses quando meu pai foi transferido pra lá. Foi muito difícil sair de perto dos meus amigos da escola. Pensei: ''tomara que esse tempo passe bem rápido...'', e por causa desse pensamento infeliz sei que aproveitei muito pouco minha temporada lá. Mas dentro das coisas que fiz eu aprendi a andar de windsurf e moto, andei muito de bicicleta, comecei a desenvolver minha técnica de pilotar carro também... com alguns probleminhas neste caso. Eu ia sempre guiando pra escola e num dia desses esqueci de desengatar a marcha e tirei o pé da embreagem. Eu estava chegando atrasado neste dia. Quando soltei o pé, o carro deu um pulo e fez um barulho muito alto. Todas as pessoas que estavam tendo aula nas classes que a janela dava pra frente da escola colocaram suas cabeças pra ver o que tinha acontecido, pois o barulho realmente foi muito alto... um estouro! Fui o comentário naquele dia. Já na minha primeira vez tentando estacionar o carro na garagem... afff. Tá certo que aquela garagem era uma sacanagem até pra quem já dirigia, pois ela era tão pequena que você tinha que parar o carro fora, descer dele e empurrar pra vaga... o cara que projetou aquilo devia ser preso! Como assim uma vaga que você estaciona o carro e não consegue sair porque as portas não tem espaço pra abrir?!?! Bom, eu estava entrando na garagem e falei pro meu pai que eu não estava preparado ainda pra fazer aquilo. Ele falou que tudo bem, que eu conseguiria. Minha mãe saiu do carro falando que era melhor não arriscar. Meu pai ficou no passageiro me dando uma força. É claro que quem começa a dirigir não tem noção do espaço e eu não sou diferente... olhei bem meu lado pra que ele não batesse no portão... já o outro... Meu pai gritou, ao ver que eu estava levando a lateral do carro: ''BRECA!''. É claro que eu acelerei até o fim... RRRRRRASSSHHHHHHHHHH!!! (rs) Arranquei o friso inteiro do carro. De ponta a ponta. Minha mãe riu e meu pai nem podia dar bronca... rs

Depois desta introdução pequena vou contar o porque da minha coluna.

Lá eu tive 3 papagaios. Nós os compramos porque sempre que ia no mercado, lá estavam eles em gaiolas e mal cuidados. Eu não conseguia ver aquilo. Foi muito louco ter 3 bocas a mais pra alimentar, mas me apeguei muito a eles. Como não dava pra trazer os 3 pra SP na volta, só veio um deles e os outros ficaram com a empregada que tenho certeza ainda está cuidando muito bem.

Dizem que papagaio não fala em lugar estranho, mas o Lolo (nome do meu papagaio da época) era uma exceção. Se nos pegassem com ele no avião meus pais iam presos. Coloquei-o numa caixa de sapato e levei comigo na bagagem de mão. No meio do vôo não é que ele resolve cantar ''Atirei o pau no gato'' bem alto?!?! No desespero falei pra minha irmã: ''comece a cantar agora!''. Ainda bem que ele não quis acompanha-la... rs, pois as aeromoças vieram ver o que estava acontecendo... acharam bonitinha... ufa!

Ele fez a alegria de casa e do camping onde tinha trailer durante um tempo, mas infelizmente morreu de pneumonia. Naquela época se sabia muito pouco a respeito dessa ave. Hoje já se sabe que dar muita semente de girassol faz mal.

Há 7 anos me deu vontade de ter uma animal de estimação. Pensei em um cachorro, border collie. Acho muito bonito. Fui pesquisar e até vi vários, mas ele é um cão arisco e por isso me bateu uma pena de coloca-lo dentro de um ap pequeno. O pouco espaço ia judiar muito dele e minhas coisas iam ser comidas muito rápido. Fiquei triste em constatar que não daria pra ter um cachorro, mas queria dar o melhor pro animal que fosse ter.

Um papagaio... coincidências à parte, no mesmo dia assisti na tv uma pessoa falando a respeito. Na hora anotei o tel e liguei. O Renato, dono do criadouro, foi muito atencioso e me tirou todas as dúvidas de como ter um legalizado. Acho que em um mês eu já tinha decidido tudo e estava indo pegá-lo. Cheguei lá e tinham vários numa caixa. Um deles se destacou pra mim... não dá pra explicar o que acontece... conexão.

Ele era apenas uma bola de penugens cinzas, quase sem penas, sem rabo e muito cabeçudo. Êta bichinho cabeçudo quando bebê! Só dá cabeça e bico na criatura... rs.

Já em casa comecei a escolher sua casinha e arrumei tudo. De noite fui dar a primeira seringa de comida. Ele fazia um barulho muito engraçado pedindo comida e quando coloquei a seringa na boca dele, logo começou a bater o bico na seringa mandando a comida pra todo lado. Estava indo bem até quando eu apertei muito forte a seringa e foi comida no lugar errado e ele engasgou. Não tinha como fazer respiração boca a boca e ele tossia. Fiquei desesperado e liguei pro Renato que me acalmou e logo o Horácio voltou ao normal. Que susto! Logo no primeiro dia?!

É claro que como pai de primeira viagem sempre ia vê-lo na sua caixa. Ver se estava tudo bem, se estava respirando... até o dia que cheguei e não vi a cabeça... não sei como fez, mas ela estava embaixo do corpo... ele deitou em cima da cabeça. Eu sei que durmo esquisito, mas ele me deu uma aula de alongamento.

Eu o levava todo dia comigo pra onde quer que eu fosse. E todas as pessoas queriam mexer e pegar.

Chegou o dia dele ganhar seu primeiro puleiro. Ainda não se dava muito bem em dormir nele e preferia dormir no chão da gaiola. Uma vez estava dormindo no puleiro mais alto quando deu uma cambaleada e caiu pra frente prendendo o bico na gaiola. É claro que acordou super assustado e berrando... não sabia onde estava. Abri a gaiola correndo e o peguei na mão pra acalmar.

Ele pegou rápido a manha de subir e descer, andar de ponta cabeça e se virar. Comprei um viveiro e coloquei na sala pra que ele tivesse mais espaço. Enchi de brinquedos e ele, depois de passar o medo de todos eles, passou a se divertir muito. Destruiu quase todos na mesma hora. Ele é muito ativo.

Hoje ele tem 6 anos e 3 meses. Fala ''olá'' pra todo mundo que chega, assobia o hino do São Paulo e berra TRICOLOR', berra ''Má'' quando está com fome, improvisa e sola quando toco piano em casa e gosta de andar de carro. Ele tem um temperamento forte e escolhe quem vai poder acariciá-lo. A Cilá, minha mulher, ganhou essa “liberdade” na “marra”, de tanto que ela insistiu. Em compensação hoje ele a chama e fica todo feliz quando a vê chegando pra fazer carinho. Pensei que ele não fosse aprender mais nada, mas ele a chama com um assobio que ela ensinou e também está chamando nossa cachorrinha... “Pitty, vem aqui.”. Sei que ele deve saber falar muito mais do que mostra, pois o vejo resmungando direto, mas muito baixinho. Adora também música alta, barulho de aspirador e liquidificador. Hoje, pela primeira vez, quando a Cilá chegou ele falou: “Oi, meu amor!”... demos risada.

Ele ia todo dia comigo pro estúdio que tínhamos com a Banda Homem do Brasil. Todos ajudavam a cuidar dele, mas ninguém conseguia passar a mão. Quando ele se tocar que vai ganhar muito mais carinho vai deixar as pessoas se aproximarem. A única pessoa que conseguiu foi o nosso técnico de som, que desde o primeiro dia já se enturmou. Uma vez estava com ele no ombro e o João tentou pegá-lo e conseguiu. Fiquei muito feliz. De vez em quando eu brinco com ele no chão... ele gosta muito e fica levantando o pé e deitando no chão pra pedir carinho.

Quando vamos para a casa dos meus pais, eu o levo pra passear no gramadão que tem. Ele chega a desaparecer no verde, ainda mais depois de um banho de mangueira, que ele adora. Gosta de tomar banho no Box de casa também. Enquanto eu tomo banho, o deixo em cima da gaiola menor e ele fica desesperado pra chegar na água. Quando acabo é só empurrar a gaiola pra debaixo do chuveiro de esperar uns 10 minutos. Parece que tem alguém tomando banho, pois ele fica falando e cantando o tempo todo. Tenho alguns vídeos... vou ver se consigo colocar aqui.

Espero que quando ele ficar mais velho ele faça cocô mais controladamente, pois a cada 10 minutos no máximo ele manda bala. Por isso sempre tenho que andar com um jornal comigo pra onde vou em casa. Pesquisando este motivo tive um explicação que me convenceu: As aves defecam muito porque precisam sempre estar leves para voar mais fácil em caso de emergência.

Ele é maravilhoso e me faz muito feliz. Dou muita risada. Gostaria de poder passear na rua, mas ainda se estressa demais com as pessoas e movimentos.

Eu amo o Horácio. Ele é meu brother e sei que vamos aprontar muito ainda.

Caso queiram ter um eu posso dar todas as dicas, mas pelo amor de Deus não comprem de contrabando.

Ah! Lembram quando disse que o cachorro comeria todas as minhas coisas? Se eu deixar o Horácio solto...

quinta-feira, 30 de junho de 2011




ACHO que desde pequeno, fui muito ligado a qualquer tipo de som, pois outro dia perguntei pra minha mãe se ela imaginava que eu me tornaria músico. Pra quem não sabe sou formado em arquitetura também... mais um arquiteto que virou músico... ou um músico que gosta de arquitetura, assim como, Guilherme Arantes, Tom Jobim e Chico Buarque. Voltando para a resposta da minha mãe... ela falou que sim, tinha certeza de que eu seria músico, pois quando pequeno, os brinquedos que ganhava viravam algum tipo de instrumento. Uma vez ganhei um caminhão de madeira, daqueles que tem peças que encaixam e também vem com um martelo. Ela falou que eu peguei o caminhão e as peças e encostei... já o martelo... comecei a bater em tudo o que tinha na casa. Uma vez ela me escutou chamando pra entrar debaixo do sofá pra ver a diferença de sons que tinha quando eu batia com o martelo em cada pé do sofá... rs. É claro que mãe que é mãe entra pra ver o que o filho quer mostrar. Não me lembro a idade que tinha quando fiz isso.

Meu primeiro contato com um instrumento, fora o piano do meu primeiro show solo, que foi o da foto que vocês estão vendo, foi na escola com a flauta doce. Acho que tinha 5 anos. Estudei numa escola alemã (Waldorf) em que nós temos muita ligação com música e trabalhos manuais. Lembro-me que um dia fomos colocados numa sala com todos os instrumentos de uma orquestra... instrumentos de corda, de sopro, percussão e no canto da sala ELE... O PIANO. Para mim uma descoberta. Adorei aquela caixa grande que sai som. Cheguei em casa louco pra ter um. Fale pra minha mãe e contei o que tinha acontecido. Parece que fiquei em transe até irmos num galpão enorme pra comprar um. Lembro-me daquele monte de pianos de tudo quanto é tipo, cor e tamanho.

Meus pais sempre foram maravilhosos comigo em relação a me dar força com a música. Nunca foram medidos esforços pra que eu tivesse acesso a instrumentos.

Já com o piano em casa comecei a ter aula com uma mulher que morava no prédio. Eu me lembro de fazer muitos exercícios e tocar ''Pour Elise'' e ''Ballade Pour Adeline''... mas só isso?! Vamos mudar de professor... outro e outro e outro... todos queria que eu tocasse sempre as mesmas coisas. Até que um dia chegou um em casa que perguntou: ''O que você quer tocar?''. Eu não estava acreditando naquelas palavras! Peguei todas as partituras que tinham e quis saber o que eram. Ele tocava e eu separava as que gostava. Já a primeira foi um jazz, depois ''Tico-tico no fubá'', ''Golpe de Mestre'' e por aí foi. Eu estava adorando. Ele pegava no meu pé em relação a eu não ler muito, pois eu sempre tive facilidade em tocar de ouvido, mas, com certeza devo a ele o meu tesão de tocar. Queria muito reencontra-lo pra poder dizer isso. Infelizmente ele teve que se mudar pra Curitiba e eu resolvi não ter mais aulas, pois se aparecesse outro professor que não fosse melhor que ele eu desencanaria. Dali por diante eu continuei a tocar por conta própria. Tive a sorte de ter outros professores maravilhosos depois também.

Minha ligação com o teclado, meu primeiro, foi quando deixamos meu piano com minha avó pra que ela pudesse tocar e se distrair. Com o teclado eu tive a possibilidade de tocar com outras pessoas. Passei por várias bandas e até fui vocalista em uma (sempre tocando cover). Nada profissional, mas por puro tesão e curtição.

No primeiro ano da faculdade que fui conhecer a banda Homem do Brasil através de uma amiga, cujo namorado era guitarrista. Ela sabia que eu tocava e perguntou se eu não estava a fim de entrar pra uma banda, pois o tecladista ia sair e eles tinham um show em um mês. Fui assistir ao ensaio e me diverti com as caretas do Gui tocando batera e adorei o som. Passei por um ''teste''... fiquei tocando as músicas que sabia pra eles. Para mim era como nas outras bandas que havia passado, mas o diferencial é que tinha som próprio e isso era uma novidade pra mim. Ensaiei muito pra aprender umas 15 músicas, mas o show acabou não acontecendo. Pouco tempo depois descobri que eu podia e conseguia compor também... a primeira parceria foi ''Sem Saída''.

Tocar é um vício. Aquele momento em que você se mistura, se funde ao instrumento e às pessoas pra passar aquilo que muitas vezes você acreditava não ser possível.

Infelizmente tem pessoas que acabam fazendo algo por grana ou o que quer que seja... menos por amor. Não dá erro se você escolhe fazer algo por amor, pois não tem nada que pague isso. Nada que pague a realização, a alegria... a viagem de se fazer algo por amor. Um amor que não pede nada em troca, mas sim, aceita o melhor das pessoas e o que elas querem te oferecer em troca. Uma troca de energia. Um poder sem tamanho... pode de transformação e de união.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Coisas que te tiram do sério...



Todos devem lembrar das fortes chuvas na cidade de SP e o transtorno que é você estar na rua neste momento. O trânsito fica caótico e as pessoas ficam doidas e enlouquecidas com ele. Às vezes demora-se 30 minutos para andar um trajeto que levaria 5 minutos. Até costumo dizer que a distância, aqui em São Paulo, não é medida por ela mesma e sim, pelo tempo que você demora pra percorrê-la. O longe, dependendo do horário, pode ser 2Km em algumas vezes. Como sempre morei aqui já estou calejado com trânsito e por isso tenho um som bom no carro e sempre carrego cds que gosto. É claro que não sou louco de sair de casa pra fazer algo num lugar que é longe na hora do rush. Pago a diferença mas prefiro ficar menos no carro. Acho que isso me tira muito do sério, mas hoje foi diferente, pois a minha vontade de ir pra academia era muito maior e eu já saí de casa sabendo o que teria que passar pra chegar lá... e valeu muito a pena. Outra coisa que me tira muito do sério, acho que até mais que pegar trânsito, é quando eu cometo o mesmo erro duas vezes... hummm... ISSO SIM ME TIRA DO SÉRIO.

Outra coisa que me tira do sério é chegar no banheiro e ver o papel higiênico colocado do jeito errado... sabe como é? Daquele jeito que o papel não desce pela frente e sim encostando na parede. Muitas vezes a parede tava molhada e você pega o papel e ele gruda na sua mão.

O Jaya (vocalista da Banda Homem do Brasile um maravilhoso compositor) não se conforma em comer polenta que foi frita no mesmo óleo que a banana... rs. Uma certa vez fomos a uma churrascaria depois do show e vieram 3 porções... batata, banana e polenta frita... eu dou risada só de lembrar, pois a cada polenta que ele pegava, ficava inconformado com o gosto de banana. E olha que eu vi ele pegando umas 3. Acho que ele não estava acreditando que aquilo era verdade... rs

A Lu Zottis (nossa produtora da época) já acha que o show do Calipso a tira do sério... eu acho que ela nunca foi num show (foi Lu?!?!), mas eu vou entender se ela me disser que não foi mesmo.

O Sam (amigão ator, músico e produtor) já disse que muitas coisas o tiram do sério e dentre todas disse uma que é: “Quando empresto um cd pro Jaya e ele não devolve”. Realmente pra um músico, emprestar cd e não vê-lo novamente é complicado.

Quando fiz essa pergunta pro Gui (super bateriasta) a resposta foi que os pernilongos durante noite são responsáveis por ele perder a cabeça. Acho que essa vai estar na lista de muita gente... rs

Robson (grande amigo e responsável por eu ter começado a escrever colunas), já acha que passar calor, ambientes que fazem ele sentir calor o irrita profundamente.

A Lu Zumi (amiga insubstituível e samurai)... se você quiser ver uma samurai quebrar tudo é só mexer nas coisas dela. Tirar uma coisa do lugar que ela colocou.

O Fabio (guitarrista fanático pelo São Paulo e Rogério Ceni) não agüenta quando o futebol não rola na semana. Ele joga muito bem no gol.

Eu fiz até que uma pesquisa perguntando pra algumas pessoas o que tiram elas do sério e escutei muitas coisa maravilhosas. Uma delas é o fato do caroço da azeitona ser a responsável pela pessoa ficar “P” da vida. Perguntei o porque e a resposta eu achei sensacional: “adooooooooooro azeitona, mas aquele caroço dá mó trabalho... sem falar q ocupa espaço, poderia ter mais "poupa" naquele espaço”.

Tem gente que não gosta quando mexem na sua bagunça ou tentam arrumá-la... eu sou um que se outra pessoa resolver dar um jeito no escritório de casa e arrumar eu perco tudo, não acho mais nada. Na minha bagunça eu me entendo muito bem.

A minha intenção de escrever essa coluna é mostrar que nós ainda podemos rir muito de muitas das nossas neuras, descontroles e iras. Se pararmos um pouco pra ver o que realmente importa, perceberemos que nós vivemos mais momentos felizes do que tristes. O que não podemos deixar é que um fato isolado anule todos os outros que nos fazem realmente ser feliz, de nos divertir e curtir a vida.

E pra você? O QUE TE TIRA DO SÉRIO?

terça-feira, 21 de junho de 2011

Olá, Tudo bem?



- "MUITO prazer! Um ABRAÇO".

Você escuta esta frase de uma pessoa que ao mesmo tempo lhe estende a mão pra chacoalhá-la...

Como assim?! Não entendi?! Um ABRAÇO com a mão?!

Eu fui reparar, faz pouco tempo, que eu vivenciei e vivencio esta situação por muitas vezes. A próxima vez que isso acontecer eu vou sorrir e dar um ABRAÇO na pessoa... rs

As pessoas andam falando muitas coisas sem ao menos prestar atenção nas suas atitudes. A conexão com o passado, presente e futuro está cada vez mais fraca pelo fato das pessoas não estarem em si a cada segundo. Por muitas vezes essas pessoas também recriminam uma atitude sua, mas elas a entenderão quando passarem pela mesma situação que você. Pena que elas nem sequer tentaram perceber o que você estava passando e principalmente sentindo.

Dar um ABRAÇO, antes de mais nada, é estar muito presente ao momento. Por muitas vezes abracei pessoas que estavam vazias. Não senti uma conexão com elas... pareciam moles... sem nada por dentro. Fico pensando em que momento do tempo estas pessoas se perdem, se desconectam delas.

Este corpo está aqui para demonstrar sentimentos também... os sentimentos que estão dentro dele. Um olhar profundo, interessado. Um aperto de mão forte, seguro... o mesmo aperto de mão que pode ajudá-lo a superar barreiras quando você estiver em dificuldades. Aquele sorriso... de alívio, de felicidade, de alegria, de superação. Aquela lágrima que percorre todo o seu rosto demonstrando todo o seu amor ou mesmo aquela que é enxugada quando começa a aparecer, uma lágrima que mostra sua timidez.

O ABRAÇO coloca seu coração mais perto de outro coração. Equilibra seu calor com o corpo de uma pessoa que está com frio... aquece por dentro. Ele não tem cor, idade, sexo, tamanho (Ah! Como é gostoso abraçar uma criança!)... outro dia abracei o Horácio, meu papagaio... rs

Aquele beijo... você consegue dar um belo beijo sem abraçar?

Lembram-se daquele link no You Tube... FREE HUGS (abraços gratuitos). Coincidência?! Ou as pessoas estão precisando se abraçar mais? Abraços presentes. Na época que recebi o link tentei colá-lo pra compartilhar, mas por incrível que pareça o link não existia mais, sumiu o vídeo...

... É... o ABRAÇO mesmo tem que ser ao vivo.

Até a semana que vem!

terça-feira, 14 de junho de 2011





“E Jesus transformou água em vinho”... milagre?

As mudanças radicais são um “milagre” de verdade ou magia?

Esse “milagre” é sempre bom à saúde... à vida?

E se você estivesse na base de uma montanha e num piscar de olhos passasse a estar no cume dela observando o horizonte maravilhoso? Será que teria valido à pena ou a viagem até o topo teria trazido muito mais aprendizado e experiências para sua vida toda? Uma certa vez li um livro de um budista chamado Thich Nhat Hanh. Em um dos capítulos ele foi convidado a subir no alto de um morro e como era considerado uma pessoa importante, pediram para que ele “puxasse” a fila. Todos iriam atrás numa fila indiana. Muitas das pessoas que estavam lá já haviam tentado subir o mesmo morro e não haviam conseguido por causa da dificuldade e dos obstáculos. A princípio todos obedeciam a velocidade imposta pelo condutor, mas com o tempo a ansiedade começou a bater e muitos queria partir para a correria e chegar logo ao fim da jornada. Ao perceberem que Tich Nhat Hanh não se importava com o que eles estavam querendo e apreciava a paisagem e a natureza que envolvia o caminha da subida, todos passaram a segui-lo com o olhar. Procuravam observar cada detalhe que o budista percebia. Quando todos se deram conta estavam no alto do morro, inteiros, sem arranhões e machucados muito sérios e com fôlego para curtir um lindo horizonte... Isso é magia!

Ser radical simplesmente por ser é racional? O que se tira dessa atitude? Quanto se cresce por se o oposto do que você era numa fração de segundo? Qual dessas duas pessoas, desses dois seres é você realmente?

Ninguém cresce do dia pra noite.

Você já viu uma semente de bambu? Ele pode levar cerca de vinte anos para florir e produzir sementes. Outras espécies demoram até cem anos para dar sua primeira florada, ou seja, não tem pressa nenhuma para fazer o que tem de ser feito.

Quando plantado por semente, tem uma maneira peculiar de brotar e crescer, pois, depois de colocada no solo, demora muito tempo para apresentar sinais externos de que vai sobreviver. A semente transforma-se em um bulbo e depois de algum tempo surge um pequeno broto que permanecerá inalterado sob o solo por muito tempo.

Meses e anos se passarão e nada de se perceber um crescimento para fora da superfície. Todo o desenvolvimento do bambu acontece debaixo da terra e ninguém vê, pois durante esse tempão as raízes se aprofundam e se espalham pela terra... em silêncio. O broto permanecerá o mesmo enquanto as raízes vão crescendo e crescendo até atingirem dezenas de metros ao longo de cinco anos de incessante trabalho. Só, então, o broto começa a se projetar para fora da superfície. Em pouco tempo, o bambu cresce vertiginosamente e atinge a altura de 25 metros! O bambu pode crescer até mais de um metro por dia... MILAGRE?!?!... que injustiça com o Bambu...




imagem: http://www.papeldeparede.etc.br/fotos/papel-de-parede_bambu/