quinta-feira, 30 de junho de 2011




ACHO que desde pequeno, fui muito ligado a qualquer tipo de som, pois outro dia perguntei pra minha mãe se ela imaginava que eu me tornaria músico. Pra quem não sabe sou formado em arquitetura também... mais um arquiteto que virou músico... ou um músico que gosta de arquitetura, assim como, Guilherme Arantes, Tom Jobim e Chico Buarque. Voltando para a resposta da minha mãe... ela falou que sim, tinha certeza de que eu seria músico, pois quando pequeno, os brinquedos que ganhava viravam algum tipo de instrumento. Uma vez ganhei um caminhão de madeira, daqueles que tem peças que encaixam e também vem com um martelo. Ela falou que eu peguei o caminhão e as peças e encostei... já o martelo... comecei a bater em tudo o que tinha na casa. Uma vez ela me escutou chamando pra entrar debaixo do sofá pra ver a diferença de sons que tinha quando eu batia com o martelo em cada pé do sofá... rs. É claro que mãe que é mãe entra pra ver o que o filho quer mostrar. Não me lembro a idade que tinha quando fiz isso.

Meu primeiro contato com um instrumento, fora o piano do meu primeiro show solo, que foi o da foto que vocês estão vendo, foi na escola com a flauta doce. Acho que tinha 5 anos. Estudei numa escola alemã (Waldorf) em que nós temos muita ligação com música e trabalhos manuais. Lembro-me que um dia fomos colocados numa sala com todos os instrumentos de uma orquestra... instrumentos de corda, de sopro, percussão e no canto da sala ELE... O PIANO. Para mim uma descoberta. Adorei aquela caixa grande que sai som. Cheguei em casa louco pra ter um. Fale pra minha mãe e contei o que tinha acontecido. Parece que fiquei em transe até irmos num galpão enorme pra comprar um. Lembro-me daquele monte de pianos de tudo quanto é tipo, cor e tamanho.

Meus pais sempre foram maravilhosos comigo em relação a me dar força com a música. Nunca foram medidos esforços pra que eu tivesse acesso a instrumentos.

Já com o piano em casa comecei a ter aula com uma mulher que morava no prédio. Eu me lembro de fazer muitos exercícios e tocar ''Pour Elise'' e ''Ballade Pour Adeline''... mas só isso?! Vamos mudar de professor... outro e outro e outro... todos queria que eu tocasse sempre as mesmas coisas. Até que um dia chegou um em casa que perguntou: ''O que você quer tocar?''. Eu não estava acreditando naquelas palavras! Peguei todas as partituras que tinham e quis saber o que eram. Ele tocava e eu separava as que gostava. Já a primeira foi um jazz, depois ''Tico-tico no fubá'', ''Golpe de Mestre'' e por aí foi. Eu estava adorando. Ele pegava no meu pé em relação a eu não ler muito, pois eu sempre tive facilidade em tocar de ouvido, mas, com certeza devo a ele o meu tesão de tocar. Queria muito reencontra-lo pra poder dizer isso. Infelizmente ele teve que se mudar pra Curitiba e eu resolvi não ter mais aulas, pois se aparecesse outro professor que não fosse melhor que ele eu desencanaria. Dali por diante eu continuei a tocar por conta própria. Tive a sorte de ter outros professores maravilhosos depois também.

Minha ligação com o teclado, meu primeiro, foi quando deixamos meu piano com minha avó pra que ela pudesse tocar e se distrair. Com o teclado eu tive a possibilidade de tocar com outras pessoas. Passei por várias bandas e até fui vocalista em uma (sempre tocando cover). Nada profissional, mas por puro tesão e curtição.

No primeiro ano da faculdade que fui conhecer a banda Homem do Brasil através de uma amiga, cujo namorado era guitarrista. Ela sabia que eu tocava e perguntou se eu não estava a fim de entrar pra uma banda, pois o tecladista ia sair e eles tinham um show em um mês. Fui assistir ao ensaio e me diverti com as caretas do Gui tocando batera e adorei o som. Passei por um ''teste''... fiquei tocando as músicas que sabia pra eles. Para mim era como nas outras bandas que havia passado, mas o diferencial é que tinha som próprio e isso era uma novidade pra mim. Ensaiei muito pra aprender umas 15 músicas, mas o show acabou não acontecendo. Pouco tempo depois descobri que eu podia e conseguia compor também... a primeira parceria foi ''Sem Saída''.

Tocar é um vício. Aquele momento em que você se mistura, se funde ao instrumento e às pessoas pra passar aquilo que muitas vezes você acreditava não ser possível.

Infelizmente tem pessoas que acabam fazendo algo por grana ou o que quer que seja... menos por amor. Não dá erro se você escolhe fazer algo por amor, pois não tem nada que pague isso. Nada que pague a realização, a alegria... a viagem de se fazer algo por amor. Um amor que não pede nada em troca, mas sim, aceita o melhor das pessoas e o que elas querem te oferecer em troca. Uma troca de energia. Um poder sem tamanho... pode de transformação e de união.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Coisas que te tiram do sério...



Todos devem lembrar das fortes chuvas na cidade de SP e o transtorno que é você estar na rua neste momento. O trânsito fica caótico e as pessoas ficam doidas e enlouquecidas com ele. Às vezes demora-se 30 minutos para andar um trajeto que levaria 5 minutos. Até costumo dizer que a distância, aqui em São Paulo, não é medida por ela mesma e sim, pelo tempo que você demora pra percorrê-la. O longe, dependendo do horário, pode ser 2Km em algumas vezes. Como sempre morei aqui já estou calejado com trânsito e por isso tenho um som bom no carro e sempre carrego cds que gosto. É claro que não sou louco de sair de casa pra fazer algo num lugar que é longe na hora do rush. Pago a diferença mas prefiro ficar menos no carro. Acho que isso me tira muito do sério, mas hoje foi diferente, pois a minha vontade de ir pra academia era muito maior e eu já saí de casa sabendo o que teria que passar pra chegar lá... e valeu muito a pena. Outra coisa que me tira muito do sério, acho que até mais que pegar trânsito, é quando eu cometo o mesmo erro duas vezes... hummm... ISSO SIM ME TIRA DO SÉRIO.

Outra coisa que me tira do sério é chegar no banheiro e ver o papel higiênico colocado do jeito errado... sabe como é? Daquele jeito que o papel não desce pela frente e sim encostando na parede. Muitas vezes a parede tava molhada e você pega o papel e ele gruda na sua mão.

O Jaya (vocalista da Banda Homem do Brasile um maravilhoso compositor) não se conforma em comer polenta que foi frita no mesmo óleo que a banana... rs. Uma certa vez fomos a uma churrascaria depois do show e vieram 3 porções... batata, banana e polenta frita... eu dou risada só de lembrar, pois a cada polenta que ele pegava, ficava inconformado com o gosto de banana. E olha que eu vi ele pegando umas 3. Acho que ele não estava acreditando que aquilo era verdade... rs

A Lu Zottis (nossa produtora da época) já acha que o show do Calipso a tira do sério... eu acho que ela nunca foi num show (foi Lu?!?!), mas eu vou entender se ela me disser que não foi mesmo.

O Sam (amigão ator, músico e produtor) já disse que muitas coisas o tiram do sério e dentre todas disse uma que é: “Quando empresto um cd pro Jaya e ele não devolve”. Realmente pra um músico, emprestar cd e não vê-lo novamente é complicado.

Quando fiz essa pergunta pro Gui (super bateriasta) a resposta foi que os pernilongos durante noite são responsáveis por ele perder a cabeça. Acho que essa vai estar na lista de muita gente... rs

Robson (grande amigo e responsável por eu ter começado a escrever colunas), já acha que passar calor, ambientes que fazem ele sentir calor o irrita profundamente.

A Lu Zumi (amiga insubstituível e samurai)... se você quiser ver uma samurai quebrar tudo é só mexer nas coisas dela. Tirar uma coisa do lugar que ela colocou.

O Fabio (guitarrista fanático pelo São Paulo e Rogério Ceni) não agüenta quando o futebol não rola na semana. Ele joga muito bem no gol.

Eu fiz até que uma pesquisa perguntando pra algumas pessoas o que tiram elas do sério e escutei muitas coisa maravilhosas. Uma delas é o fato do caroço da azeitona ser a responsável pela pessoa ficar “P” da vida. Perguntei o porque e a resposta eu achei sensacional: “adooooooooooro azeitona, mas aquele caroço dá mó trabalho... sem falar q ocupa espaço, poderia ter mais "poupa" naquele espaço”.

Tem gente que não gosta quando mexem na sua bagunça ou tentam arrumá-la... eu sou um que se outra pessoa resolver dar um jeito no escritório de casa e arrumar eu perco tudo, não acho mais nada. Na minha bagunça eu me entendo muito bem.

A minha intenção de escrever essa coluna é mostrar que nós ainda podemos rir muito de muitas das nossas neuras, descontroles e iras. Se pararmos um pouco pra ver o que realmente importa, perceberemos que nós vivemos mais momentos felizes do que tristes. O que não podemos deixar é que um fato isolado anule todos os outros que nos fazem realmente ser feliz, de nos divertir e curtir a vida.

E pra você? O QUE TE TIRA DO SÉRIO?

terça-feira, 21 de junho de 2011

Olá, Tudo bem?



- "MUITO prazer! Um ABRAÇO".

Você escuta esta frase de uma pessoa que ao mesmo tempo lhe estende a mão pra chacoalhá-la...

Como assim?! Não entendi?! Um ABRAÇO com a mão?!

Eu fui reparar, faz pouco tempo, que eu vivenciei e vivencio esta situação por muitas vezes. A próxima vez que isso acontecer eu vou sorrir e dar um ABRAÇO na pessoa... rs

As pessoas andam falando muitas coisas sem ao menos prestar atenção nas suas atitudes. A conexão com o passado, presente e futuro está cada vez mais fraca pelo fato das pessoas não estarem em si a cada segundo. Por muitas vezes essas pessoas também recriminam uma atitude sua, mas elas a entenderão quando passarem pela mesma situação que você. Pena que elas nem sequer tentaram perceber o que você estava passando e principalmente sentindo.

Dar um ABRAÇO, antes de mais nada, é estar muito presente ao momento. Por muitas vezes abracei pessoas que estavam vazias. Não senti uma conexão com elas... pareciam moles... sem nada por dentro. Fico pensando em que momento do tempo estas pessoas se perdem, se desconectam delas.

Este corpo está aqui para demonstrar sentimentos também... os sentimentos que estão dentro dele. Um olhar profundo, interessado. Um aperto de mão forte, seguro... o mesmo aperto de mão que pode ajudá-lo a superar barreiras quando você estiver em dificuldades. Aquele sorriso... de alívio, de felicidade, de alegria, de superação. Aquela lágrima que percorre todo o seu rosto demonstrando todo o seu amor ou mesmo aquela que é enxugada quando começa a aparecer, uma lágrima que mostra sua timidez.

O ABRAÇO coloca seu coração mais perto de outro coração. Equilibra seu calor com o corpo de uma pessoa que está com frio... aquece por dentro. Ele não tem cor, idade, sexo, tamanho (Ah! Como é gostoso abraçar uma criança!)... outro dia abracei o Horácio, meu papagaio... rs

Aquele beijo... você consegue dar um belo beijo sem abraçar?

Lembram-se daquele link no You Tube... FREE HUGS (abraços gratuitos). Coincidência?! Ou as pessoas estão precisando se abraçar mais? Abraços presentes. Na época que recebi o link tentei colá-lo pra compartilhar, mas por incrível que pareça o link não existia mais, sumiu o vídeo...

... É... o ABRAÇO mesmo tem que ser ao vivo.

Até a semana que vem!

terça-feira, 14 de junho de 2011





“E Jesus transformou água em vinho”... milagre?

As mudanças radicais são um “milagre” de verdade ou magia?

Esse “milagre” é sempre bom à saúde... à vida?

E se você estivesse na base de uma montanha e num piscar de olhos passasse a estar no cume dela observando o horizonte maravilhoso? Será que teria valido à pena ou a viagem até o topo teria trazido muito mais aprendizado e experiências para sua vida toda? Uma certa vez li um livro de um budista chamado Thich Nhat Hanh. Em um dos capítulos ele foi convidado a subir no alto de um morro e como era considerado uma pessoa importante, pediram para que ele “puxasse” a fila. Todos iriam atrás numa fila indiana. Muitas das pessoas que estavam lá já haviam tentado subir o mesmo morro e não haviam conseguido por causa da dificuldade e dos obstáculos. A princípio todos obedeciam a velocidade imposta pelo condutor, mas com o tempo a ansiedade começou a bater e muitos queria partir para a correria e chegar logo ao fim da jornada. Ao perceberem que Tich Nhat Hanh não se importava com o que eles estavam querendo e apreciava a paisagem e a natureza que envolvia o caminha da subida, todos passaram a segui-lo com o olhar. Procuravam observar cada detalhe que o budista percebia. Quando todos se deram conta estavam no alto do morro, inteiros, sem arranhões e machucados muito sérios e com fôlego para curtir um lindo horizonte... Isso é magia!

Ser radical simplesmente por ser é racional? O que se tira dessa atitude? Quanto se cresce por se o oposto do que você era numa fração de segundo? Qual dessas duas pessoas, desses dois seres é você realmente?

Ninguém cresce do dia pra noite.

Você já viu uma semente de bambu? Ele pode levar cerca de vinte anos para florir e produzir sementes. Outras espécies demoram até cem anos para dar sua primeira florada, ou seja, não tem pressa nenhuma para fazer o que tem de ser feito.

Quando plantado por semente, tem uma maneira peculiar de brotar e crescer, pois, depois de colocada no solo, demora muito tempo para apresentar sinais externos de que vai sobreviver. A semente transforma-se em um bulbo e depois de algum tempo surge um pequeno broto que permanecerá inalterado sob o solo por muito tempo.

Meses e anos se passarão e nada de se perceber um crescimento para fora da superfície. Todo o desenvolvimento do bambu acontece debaixo da terra e ninguém vê, pois durante esse tempão as raízes se aprofundam e se espalham pela terra... em silêncio. O broto permanecerá o mesmo enquanto as raízes vão crescendo e crescendo até atingirem dezenas de metros ao longo de cinco anos de incessante trabalho. Só, então, o broto começa a se projetar para fora da superfície. Em pouco tempo, o bambu cresce vertiginosamente e atinge a altura de 25 metros! O bambu pode crescer até mais de um metro por dia... MILAGRE?!?!... que injustiça com o Bambu...




imagem: http://www.papeldeparede.etc.br/fotos/papel-de-parede_bambu/