quinta-feira, 29 de setembro de 2011



O filme fala sobre pessoas que estão sempre presentes quando todas as outras querem estar fora. Pessoas que ajudam outras a saírem de um problema, de uma dificuldade, se colocando dentro destes. Pessoas que dão a vida para que outras tenham a chance de viver.

Isso pra mim é a mesma coisa que dar amor. Aquele amor que está sempre presente, mesmo que a outra pessoa não o queira e nem o sinta.

Um amigo disse uma vez que: “Amizade é um pequeno amor... Amor é uma grande amizade”.

Engraçado você dizer que sente falta da minha amizade. Será que é falta daquele amor? Será que você está julgando que tudo acabou por causa de sentir essa falta?

Acho que todas as coisas começam por causa disso... começam com a amizade... com aquele amor escondido, que nem nós ainda conseguimos enxergar. Mas é aquele amor que nunca vai acabar. Aquele amor que até pode doer... mas é porque foi vivido. Aquele amor que deixa marcas... mas é porque tem ótimas lembranças. Aquele amor que faz chorar... mas é porque te faz sorrir sempre que lembra dele.

Acho que o que mais muda em tudo isso é a forma de aprender a viver. Vivendo, nós sentimos, relutamos, dançamos em um dia de sol com chuva, nos surpreendemos com coisas que conseguimos fazer e que sempre julgamos impossíveis... nós choramos de tanto rir e começamos a rir ao percebem que choramos por pequenas coisas. Nós queremos que tudo seja da nossa maneira e aí tomamos uma rasteira ao perceber que recebemos tudo aquilo que necessitamos... na dose certa, no momento certo... da forma perfeita que a natureza quer... a nossa natureza. A nossa natureza que nos mostra nossas dificuldades e dons, nossas alegrias e tristezas, nossa coragem e nossos medos, nossas palavras e nosso silêncio, nossos momentos vividos e aqueles que barramos... nosso ego... nosso amor...

... amor que nunca deveria ser escondido, seja de que forma for.

Vejo uma lágrima escorrer ao mesmo tempo em que um sorriso se abre...

... isso é a natureza da vida...

... isso é uma grande amizade...

... AMOR.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Bonete e esporte radical



FERIADO...

Faz um tempo o Gui me propôs pra viajarmos no feriado de 7 de setembro. Não tínhamos pra onde ir ainda, mas logo ele veio com a idéia de ir pra praia do Bonete, na Ilha Bela. Eu aceitaria ir pra qualquer lugar, mesmo se fosse sozinho. Mas o convite foi muito legal e me senti honrado de ter sido convidado... valeu Gui!

O que não sabíamos é que, além do surf, nós praticaríamos outro esporte radical. O Gui sabe surfar, mas pra mim este esporte ainda é bem radical... ondinhas de ½ metro estavam me assustando... rs

O esporte radical que estou falando é chegar até o Bonete com barquinho (segundo o Gui, TOC TOC)... estes da foto. Vocês podem estar achando que somos frouxos... então façam este passeio. O dia que pegamos não estava nada de assustar, disse o Beto, o piloto.

Vamos lá... mais uma experiência. Chegamos e ficamos esperando chegar o dono (Martins... figura... rs) da pousada que nos ajudaria a ser encaixados num barco... depois vão saber porque encaixados. Quando ele chegou logo nos encaminhou pro barco do Beto onde iríamos nós 2, eles 2 e muitos mantimentos... comidas, bebidas e etc.

Barco carregado...

- “passem as malas pra mim... já pegaram tudo?” – perguntou o Beto
- “como assim? Nós não podemos levar nada na mão?”
- “não... a não ser que possa molhar...”
- “molhar? Mas eu queria levar a câmera pra tirar fotos...”
- “é à prova d’água?”
- “não...”
- “então guarde e deixe eu cobrir, pois vai molhar...”
- “mas como assim?”

Nessa hora o Martins deu uma risada... aquelas que parecem safadas... rs... “você vai ver... rs”.

Convencidos, esperamos o sinal pra subir a bordo. Beleza! É agora...

- “podem se sentar no estrado... esse aí do fundo do barco”
- “vixe... tem um banco... vamos sentar embaixo do banco... ENCAIXADOS...”

Só que na hora que o Gui sentou também percebemos que ali não cabiam 2 pessoas do nosso tamanho, ou seja, ele passou o braço por trás de mim e eu fiquei sentado de meia bunda, só com a “bochecha” esquerda. Nada cômodo pras duas horas que passaríamos ali. Ainda por cima ficamos de costas pra frente do barco, encostados em todos os mantimentos e malas que tinham sido cobertas por lonas... LONAS?! Pelo jeito ia molhar muito mesmo... mas tudo bem, tá sol... afff. Sentados no fundo do barco, só nossas cabeças apareciam pra fora. Coloquei meu cotovelo apoiado na borda do barco e fiquei esperando algo acontecer... de repente ele balança todo pro meu lado fazendo meu cotovelo inteiro entrar e sair da água. O que teria sido aquilo?!?! Era o Beto subindo no barco. Perguntamos se era normal e ele disse que se desequilibrou um pouco... UM POUCO?!?! Quase afundamos sem mesmo sair?!?! Já começamos a achar que aquilo seria uma aventura que não fazíamos idéia. Fora isso o Beto veio apoiado nas duas bordas até chegar na nossa frente, pois o motor e as cordinhas que corriam pela lateral do barco até a parte de trás, responsáveis por mexer no leme ficavam onde estávamos. Foi quando ele olhou pra trás e disse: “bosta”... eu não gosto quando escuto isso, mas logo vi que ele conseguiu pegar a cordinha que queria e tudo tava certo.

Rema... rema... ligou o motor. Pelo menos era um motor novo e o barco também. Ele é feito de uma peça só, um tronco inteiro... “IMPRECHIONANTE!!” – como diz meu amigo GuanaBara Toshiro.

E lá vamos nós... o barco vai a uns 25Km/h, mas a impressão é de mais velocidade, pois não tem almofadinha... rs.

Uns respingos de água vinham na nossa direção, mas até aí tudo bem. Percebi que a coisa ficaria mais brava quando o Beto colocou uma roupa de pescador pra agüentar água “braba”. Realmente o único lugar seco do barco era atrás dele.

Estávamos no canal ainda. Tínhamos que ir pro outro lado da Ilha.

Tava tudo legal e divertido, pois era tudo novidade pra mim e pro Gui. Conversávamos e dávamos risada... até que o sol sumiu... o frio começou a pegar, a água a nos molhar e o vento...

Puxava conversa pra saber tempo de viagem e condições do mar. Ele falou que perto do Bonete a coisa ia ficar mais difícil. Pensei... “se eu chegar sem estar congelado já vai ser lucro?”

Quando saímos do canal percebemos que o mar também estava diferente. Eu e o Gui ríamos e queríamos fazer piada da situação pra ver se relaxávamos, mas as condições sempre nos lembravam do que estava acontecendo.

Foi quando ondas começaram a aparecer... não aquelas de meio metro que falei. O Gui falou que deviam ter uns 2 metros no mínimo. E nós encarando tudo aquilo com um barco... fininho... e que balançava não como um cavalo em rodeio, só pra frente e pra trás, e sim, como um touro... EM TODAS AS DIREÇÕES!! E sobe onda e desce onda. Eu nunca tinha passado por aquilo. Procurava pensar em várias coisas, mas essas várias coisas não me vinham à cabeça. Procurávamos tirar coragem um do outro e tentar acostumar com aquela situação o mais rápido possível.

Às vezes olhava a cara do Beto pra ver as feições dele... não mudavam... ou ele sabia muito bem o que estava fazendo ou estava congelado. Pra falar a verdade teve uma vez só que ele mudou a feição. Deu uma inclinada em nossa direção e olhou para um ponto do barco. Não gostei da cara dele. Sabe quando você faz com a boca que os cantos descem e você completa com o olho e a testa franzida fazendo como se fosse um ponto de interrogação? Além disso eu vi que tinha algo que não deveria ser da forma que ele estava vendo. O Gui não percebeu isso. Eu queria ter repartido esse momento de desespero com ele, mas só fiz quando chegamos no quarto da pousada.

E dá-lhe mar e ondas... sobe e desce. Perguntamos quanto faltava e ele disse q ainda tínhamos 40 minutos pela frente.

Eu pensava no como aquilo tudo poderia ficar mais “difícil”. Eu me sentia um peso de mercadoria dentro daquele barco. Não fazia idéia do que poderia e deveria fazer se algo “mais difícil” exigisse reações minhas. Estava travado e encaixado embaixo de um banco, com metade da bunda quadrada e dormindo e duro de frio.

Ás vezes o Beto se inclinava pra baixo pra tirar água do barco e a cada inclinada eu pensava: “OLHA PRA FRENTE! OLHA PRA FRENTE! DEIXA QUE EU TIRO ESSA ÁGUA DAQUI!”. Não fazia idéia pra onde estávamos indo, pois sentamos de costas.

Foi quando ele diminuiu a velocidade e começou a tirar a roupa... até o sol apareceu pra nos receber! Devíamos estar chegando no “difícil”. O Beto me tranqüilizou quando pediu ajuda pra tirar todos os mantimentos do barco pra ser mais rápido. Aquilo era um sinal de que nós conseguiríamos chegar na praia com tudo aquilo, e nós, ainda dentro do barco.

Conseguíamos olhar só um pouco pelo lado e ver a praia com as ondas que pegaríamos pra chegar até a areia. Ele foi controlando a velocidade pra sempre ficar em cima de uma onda até atracarmos... “podem sair.” Eu não estava acreditando naquilo e nem conseguindo sair... rs. Eu e o Gui queríamos sair ao mesmo tempo, mas não tinha espaço pra isso. Saí primeiro.

Levamos todas as coisas pro seco e fomos ajudar a puxar o barco, em outro local da praia, pra que ele ficasse na areia. Todo o frio foi passando fazendo isso.

Chegamos lá na 4ª e a praia estava uma delícia... só pra nós praticamente. UM PARAÍSO! O Gui não parava de falar: “QUE TESÃO! QUE TESÃO!”... rs

Nós fomos deixar as coisas na pousada do Martins e voltamos pra pegar umas ondas.

Agora era só curtir a beça o feriado e... pensar na volta... rs

Bom, aconselho a todos irem pro Bonete. Podemos até combinarmos de ir todo mundo junto, vamos?! Mas desta vez só vocês irão de barquinho, pois nós iremos de trilha... rs

É claro que a forma que escrevi esta coluna é verdadeira e com fatos reais, mas ela é um pouco crônica também, então, os fatos podem ter tomado uma dimensão de relato um pouco maiores. Com certeza, se precisar, eu faria essa viagem de barquinho novamente.

Abs e Bjs!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

MEU SALTO...


TENHO certeza de que para conseguir ultrapassar nossos medos a melhor maneira é sempre olhar pra frente.

Pra quem não sabe, dia 1º de julho, eu me dei de aniversário um salto de pára-quedas. Uma coisa que já tinha a vontade de fazer a muito tempo.

A diferença de eu ter conseguido realizar hoje é a explicação lá de cima. Eu encarei tudo aquilo olhando sempre pra frente, no próximo passo. Eu teria no mínimo 10 razões pra desistir e deixar que meu medo me fizesse parar.

Além de tudo isso a minha ficha demorou bastante pra cair... quase uma semana e meia... agora... na noite anterior............ AAAAAAHHHHHHH!!!!!

Levantei no meio da noite pra ir ao banheiro, tomar água e nem quis saber que horas eram, mas ao deitar, deu apenas uns 5 minutos e o alarme disparou... junto com meu coração... rs

Era 5h40 da manhã. Eu não acreditava naquilo tudo, pois ainda era de noite. Combinei com o Fernando na Tambor às 6h15... e lá estava ele. Ele também estava com medo, coisa que eu não conseguia entender, pois pra quem anda de moto em SP isso deveria ser fichinha de encarar.

Nos encontramos com uma galera na Pça Panamericana e fomos pra estrada até Boituva. O dia foi abrindo no caminho e saiu um sol maravilhoso. Chegando em Boituva começou a ficar tudo nublado e parecia que já estávamos nas nuvens... 1º motivo pra desistir... será que aquilo era um sinal?! Rs. Quando temos medo de fazer algo tudo vira um sinal... sempre a nosso favor. Nós somos muito fracos e sempre vamos buscar as respostas pras nossas conveniências, por isso é bom sempre nos colocarmos do outro lado também.

Chegando lá ficamos sabendo que teríamos que esperar o céu abrir pra fazer os saltos.

Acho que uma hora depois estava tudo pronto e a menina perguntou quem seria o primeiro... 2º razão pra eu desistir, pois ninguém se habilitou. Pensei: “eu vou agora e quero ser o primeiro, pois não quero saber de ser um dos últimos e ficar escutando de um e de outro que dá pavor, que nunca mais faria aquilo, que o pára-quedas não abriu e teve que usar o 2º... EU VOU!!!!”. Meu apelido passou a ser cobaia... rs.

Em pouco tempo eu já estava pronto, vestido e tendo explicações do que fazer lá em cima. Muito fácil e eu até estava com um sorriso na boca... também, estava a 5cm do chão... rs.

“Vamos?!”. Afff! Chegou a hora. Me senti um pouco caminhando em direção à sala do dentista, sala de operação, sei lá... sabe aquele frio na barriga? Depois eu iria descobrir que aquele frio não era nada.

Sentia no olhar das pessoa meio que um sorriso de medo por mim e aquela brincadeira era repetida por todos... “E aí? Seu carro vai ficar pra quem?”... 3ª razão pra desistir.

Fui o último a entrar no avião, ou seja, o primeiro a ter que saltar... 4ª razão.

O tempo todo o instrutor perguntava se estava tudo bem. Eu dizia que até o momento estava muito melhor do que no dia anterior... aí... o avião se posicionou na pista e começou a acelerar. Mas ele não soltava o freio e o bico do avião começou a apontar pra baixo (5ª razão). Parecia que estava num porta avião e de uma hora pra outra eu seria estilingado pra frente... foi o que aconteceu. Não sei porque o piloto fez aquilo, mas as pessoas no chão me falaram que em 100mts nós já tínhamos decolado. Sabe aquele desenho que a gente vê nos aeroportos de avião decolando, com o bico bem pra cima? Foi assim mesmo que aconteceu. Nós subíamos em forma de espiral ascendente... muito rápido. Me senti como um urubu quando pega o ar quente pra subir.

Quase chegando na altitude do salto, 12 mil pés, ou mais ou menos 4 mil metros, ou falei pro instrutor que poderia sair do avião fazendo piruetas e loops, pois talvez aquilo diminuiria a minha sensação de queda.

De repente a “porta” abriu. Um porta de correr, fininha, frágil (não vou nem contar como duas, mas esta é a 6ª razão) e nessa hora o avião deu uma reduzida na velocidade que parecia que tinha parado e estacionado em alguma nuvem que não existia. Pareceu ter pisado no freio literalmente... “imprechionante!!!” (como diria meu amigo GuanaBara Toshiro) – 7ª razão. 2 doidos já saltaram como se nada tivesse acontecendo e eu era o próximo. Fui de joelhos até a porta. Se a distância fosse maior até teria aproveitado a posição pra rezar, mas nem deu tempo. Agora sim, uma razão muito forte pra desistir (a 8ª)... tive que sentar na porta do avião com os pés pra fora... eu até olhei pra baixo, mas logo o instrutor puxou minha cabeça pra trás, pois era a posição que deveria ficar. Isso ajudou muito porque sem olhar pra onde você vai até que não dá medo. Mas isso não me fez esquecer de onde eu estava, é claro.

O instrutor checou tudo com o outro paraquedista que ia filmar e fotografar pra ver se estava tudo certo e perguntou pra mim se poderíamos saltar... já não adiantava mais nada e colocar as razões pra não fazer aquilo em pauta, pois daquela situação eu só conseguiria ir pra baixo mesmo, mas se eu tivesse qualquer tipo de poder de teletransporte, aquela seria a 9ª razão pra desistir.

- “Podemos ir?”
- “Vamos!!!” – nem acreditei nas palavras que saíram da minha boca naquele momento.

... céu... terra... céu... terra... terra... céu... céu... terra... terra...... “MÃE! PAI! HORÁÁÁCIOOOO!!! EU TAMBÉM SEI VOAR!!!! EU ESTOU VOANDOOOOO!!!!”

A sensação de queda acaba quando normaliza a posição e você fica de barriga pra baixo. Pensei que fosse ser difícil de respirar, pois a velocidade de queda é de uns 200km/h. São 50 segundo de queda livre e tentativa de se olhar tudo o que se tem pra olhar lá de cima. Uma sensação maravilhosa. A impressão de não estar caindo acontece porque você não percebe, de tão alto, que o chão não está se aproximando. Lembrei um pouco de quando voei de balão.




Agora chegou a hora de maior apreensão e as duas razões que valeram por uma enorme, a 10ª, pois elas vieram quase que juntas. Separadas apenas por 4 segundos. Quando o câmera sair da minha frente... “AI! Vai abrir o pára-quedas!!! E VAI TER QUE ABRIR!!!! ABRIU, OBA!!!! AAAAAAAHHHHHHH!!!! AGORA EU VOU TER QUE CONTINUAR GRUDADO NO INSTRUTOR, SENÃO NÃO ADIANTOU NADA ELE ABRIR!!!! HORÁCIOOOOO, CADÊ VOCÊ?!?!?!....... YES!!!!

Passei de 200km/h pra 10km/h em 4 segundos. Eu pensei que o tranco fosse ser maior, mas maior mesmo passou a ser a pressão nas “partes baixas”. Aquele “super cinto de segurança” que nós colocamos pra ficar grudados no instrutor é muito mais agradável para as mulheres do que pra nós. Tanto que o instrutor perguntou se estava tudo bem e depois de me escutar falando fininho ele disse pra eu ficar de pé nos pés dele e aí ele pode dar uma afrouxada pra eu respirar... rs

Dali pra frente foi só curtir outra forma de descida. Às vezes ele fazia umas manobras que dava um frio na barriga, mas foi tudo muito bom.

Pra pousar eu tinha que segurar numa parte da roupa na altura dos joelhos e levantar a perna. Não fiz questão de cair de pé e quando percebi já estava no chão, sentado e depois de solto... deitado. Agradecendo por tudo aquilo que havia passado.

Com certeza faço novamente tudo isso, pois é uma sensação indescritível, por mais que eu tenha escrito e tentado descrever tudo.

Supere seus medos. Olhe sempre pra frente e nunca abaixe a cabeça pra o que quer que apareça de dificuldades, pois o passo seguinte é sempre mais forte e poderoso.