terça-feira, 26 de julho de 2011



A cada segundo

Como sabemos, o índice de refração de uma substância depende não só da natureza dela, como também da freqüência (cor) da radiação incidente. Ele é distinto para cada radiação monocromática, para uma mesma substância. Em geral, aumenta com a freqüência da radiação incidente (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta).

Devido a esse fato, todo pincel de luz, não monocromático, ao sofrer desvio, por refração, decompõe-se em pincéis de luz monocromáticas - é a dispersão da luz que acompanha o fenômeno da refração.

Pareço estar falando grego, mas tenho certeza de que você sabe do que estou falando... arco-íris.

Tem coisas nesta vida que por mais que te expliquem, a impressão que dá é que você nunca vai conseguir entender... não pela explicação, mas sim pela beleza, pela energia, pela vida que existe.

Uma vez fizemos um show em Joanópolis, num lugar que se chama Ponto de Luz. Antes de tocar, caiu uma chuva, daquelas que dá vontade de ficar nela... com um pouco de sol. E depois apareceu um arco-íris. Enorme... um arco perfeito e muito forte. Existe a explicação pra este fenômeno, mas quem quer explicações numa hora dessas? Quem quer falar quando um sorriso toma conta do nosso rosto? Quem quer falar quando o sentimento que estamos tendo não tem explicação, mas é um sentimento que nos faz voar, nos deixa nas nuvens, nos faz ficar com um olhar com um brilho diferente? Faz com que a gente perceba que existe uma força muito maior do que qualquer explicação.

Depois de sentir tudo isso nem preciso falar que o show foi muito especial e diferente de tudo o que já fizemos até hoje. Pra variar o show foi fora dos padrões e o que seria de 1h se tornou 1:30h e nem percebemos. As pessoas dançavam, pulavam de uma maneira que eu pensava: “não vão agüentar 3 músicas”... pois agüentaram todas e ainda pediram bis. Depois até falaram que nós tínhamos feito um show maravilhoso e o Sam (nosso baixista da época) disse a coisa certa: “hoje o show foi de todo mundo.”

O show é de todos se repararmos que nós, o tempo todo, somos brindados com segundos que só nós vimos dentre quase 7 bilhões de pessoas. Isso é mais que especial. Este é o show de segundos que a vida nos dá... a cada segundo.

quarta-feira, 6 de julho de 2011



MOREI em Aracaju (SE) 7 meses quando meu pai foi transferido pra lá. Foi muito difícil sair de perto dos meus amigos da escola. Pensei: ''tomara que esse tempo passe bem rápido...'', e por causa desse pensamento infeliz sei que aproveitei muito pouco minha temporada lá. Mas dentro das coisas que fiz eu aprendi a andar de windsurf e moto, andei muito de bicicleta, comecei a desenvolver minha técnica de pilotar carro também... com alguns probleminhas neste caso. Eu ia sempre guiando pra escola e num dia desses esqueci de desengatar a marcha e tirei o pé da embreagem. Eu estava chegando atrasado neste dia. Quando soltei o pé, o carro deu um pulo e fez um barulho muito alto. Todas as pessoas que estavam tendo aula nas classes que a janela dava pra frente da escola colocaram suas cabeças pra ver o que tinha acontecido, pois o barulho realmente foi muito alto... um estouro! Fui o comentário naquele dia. Já na minha primeira vez tentando estacionar o carro na garagem... afff. Tá certo que aquela garagem era uma sacanagem até pra quem já dirigia, pois ela era tão pequena que você tinha que parar o carro fora, descer dele e empurrar pra vaga... o cara que projetou aquilo devia ser preso! Como assim uma vaga que você estaciona o carro e não consegue sair porque as portas não tem espaço pra abrir?!?! Bom, eu estava entrando na garagem e falei pro meu pai que eu não estava preparado ainda pra fazer aquilo. Ele falou que tudo bem, que eu conseguiria. Minha mãe saiu do carro falando que era melhor não arriscar. Meu pai ficou no passageiro me dando uma força. É claro que quem começa a dirigir não tem noção do espaço e eu não sou diferente... olhei bem meu lado pra que ele não batesse no portão... já o outro... Meu pai gritou, ao ver que eu estava levando a lateral do carro: ''BRECA!''. É claro que eu acelerei até o fim... RRRRRRASSSHHHHHHHHHH!!! (rs) Arranquei o friso inteiro do carro. De ponta a ponta. Minha mãe riu e meu pai nem podia dar bronca... rs

Depois desta introdução pequena vou contar o porque da minha coluna.

Lá eu tive 3 papagaios. Nós os compramos porque sempre que ia no mercado, lá estavam eles em gaiolas e mal cuidados. Eu não conseguia ver aquilo. Foi muito louco ter 3 bocas a mais pra alimentar, mas me apeguei muito a eles. Como não dava pra trazer os 3 pra SP na volta, só veio um deles e os outros ficaram com a empregada que tenho certeza ainda está cuidando muito bem.

Dizem que papagaio não fala em lugar estranho, mas o Lolo (nome do meu papagaio da época) era uma exceção. Se nos pegassem com ele no avião meus pais iam presos. Coloquei-o numa caixa de sapato e levei comigo na bagagem de mão. No meio do vôo não é que ele resolve cantar ''Atirei o pau no gato'' bem alto?!?! No desespero falei pra minha irmã: ''comece a cantar agora!''. Ainda bem que ele não quis acompanha-la... rs, pois as aeromoças vieram ver o que estava acontecendo... acharam bonitinha... ufa!

Ele fez a alegria de casa e do camping onde tinha trailer durante um tempo, mas infelizmente morreu de pneumonia. Naquela época se sabia muito pouco a respeito dessa ave. Hoje já se sabe que dar muita semente de girassol faz mal.

Há 7 anos me deu vontade de ter uma animal de estimação. Pensei em um cachorro, border collie. Acho muito bonito. Fui pesquisar e até vi vários, mas ele é um cão arisco e por isso me bateu uma pena de coloca-lo dentro de um ap pequeno. O pouco espaço ia judiar muito dele e minhas coisas iam ser comidas muito rápido. Fiquei triste em constatar que não daria pra ter um cachorro, mas queria dar o melhor pro animal que fosse ter.

Um papagaio... coincidências à parte, no mesmo dia assisti na tv uma pessoa falando a respeito. Na hora anotei o tel e liguei. O Renato, dono do criadouro, foi muito atencioso e me tirou todas as dúvidas de como ter um legalizado. Acho que em um mês eu já tinha decidido tudo e estava indo pegá-lo. Cheguei lá e tinham vários numa caixa. Um deles se destacou pra mim... não dá pra explicar o que acontece... conexão.

Ele era apenas uma bola de penugens cinzas, quase sem penas, sem rabo e muito cabeçudo. Êta bichinho cabeçudo quando bebê! Só dá cabeça e bico na criatura... rs.

Já em casa comecei a escolher sua casinha e arrumei tudo. De noite fui dar a primeira seringa de comida. Ele fazia um barulho muito engraçado pedindo comida e quando coloquei a seringa na boca dele, logo começou a bater o bico na seringa mandando a comida pra todo lado. Estava indo bem até quando eu apertei muito forte a seringa e foi comida no lugar errado e ele engasgou. Não tinha como fazer respiração boca a boca e ele tossia. Fiquei desesperado e liguei pro Renato que me acalmou e logo o Horácio voltou ao normal. Que susto! Logo no primeiro dia?!

É claro que como pai de primeira viagem sempre ia vê-lo na sua caixa. Ver se estava tudo bem, se estava respirando... até o dia que cheguei e não vi a cabeça... não sei como fez, mas ela estava embaixo do corpo... ele deitou em cima da cabeça. Eu sei que durmo esquisito, mas ele me deu uma aula de alongamento.

Eu o levava todo dia comigo pra onde quer que eu fosse. E todas as pessoas queriam mexer e pegar.

Chegou o dia dele ganhar seu primeiro puleiro. Ainda não se dava muito bem em dormir nele e preferia dormir no chão da gaiola. Uma vez estava dormindo no puleiro mais alto quando deu uma cambaleada e caiu pra frente prendendo o bico na gaiola. É claro que acordou super assustado e berrando... não sabia onde estava. Abri a gaiola correndo e o peguei na mão pra acalmar.

Ele pegou rápido a manha de subir e descer, andar de ponta cabeça e se virar. Comprei um viveiro e coloquei na sala pra que ele tivesse mais espaço. Enchi de brinquedos e ele, depois de passar o medo de todos eles, passou a se divertir muito. Destruiu quase todos na mesma hora. Ele é muito ativo.

Hoje ele tem 6 anos e 3 meses. Fala ''olá'' pra todo mundo que chega, assobia o hino do São Paulo e berra TRICOLOR', berra ''Má'' quando está com fome, improvisa e sola quando toco piano em casa e gosta de andar de carro. Ele tem um temperamento forte e escolhe quem vai poder acariciá-lo. A Cilá, minha mulher, ganhou essa “liberdade” na “marra”, de tanto que ela insistiu. Em compensação hoje ele a chama e fica todo feliz quando a vê chegando pra fazer carinho. Pensei que ele não fosse aprender mais nada, mas ele a chama com um assobio que ela ensinou e também está chamando nossa cachorrinha... “Pitty, vem aqui.”. Sei que ele deve saber falar muito mais do que mostra, pois o vejo resmungando direto, mas muito baixinho. Adora também música alta, barulho de aspirador e liquidificador. Hoje, pela primeira vez, quando a Cilá chegou ele falou: “Oi, meu amor!”... demos risada.

Ele ia todo dia comigo pro estúdio que tínhamos com a Banda Homem do Brasil. Todos ajudavam a cuidar dele, mas ninguém conseguia passar a mão. Quando ele se tocar que vai ganhar muito mais carinho vai deixar as pessoas se aproximarem. A única pessoa que conseguiu foi o nosso técnico de som, que desde o primeiro dia já se enturmou. Uma vez estava com ele no ombro e o João tentou pegá-lo e conseguiu. Fiquei muito feliz. De vez em quando eu brinco com ele no chão... ele gosta muito e fica levantando o pé e deitando no chão pra pedir carinho.

Quando vamos para a casa dos meus pais, eu o levo pra passear no gramadão que tem. Ele chega a desaparecer no verde, ainda mais depois de um banho de mangueira, que ele adora. Gosta de tomar banho no Box de casa também. Enquanto eu tomo banho, o deixo em cima da gaiola menor e ele fica desesperado pra chegar na água. Quando acabo é só empurrar a gaiola pra debaixo do chuveiro de esperar uns 10 minutos. Parece que tem alguém tomando banho, pois ele fica falando e cantando o tempo todo. Tenho alguns vídeos... vou ver se consigo colocar aqui.

Espero que quando ele ficar mais velho ele faça cocô mais controladamente, pois a cada 10 minutos no máximo ele manda bala. Por isso sempre tenho que andar com um jornal comigo pra onde vou em casa. Pesquisando este motivo tive um explicação que me convenceu: As aves defecam muito porque precisam sempre estar leves para voar mais fácil em caso de emergência.

Ele é maravilhoso e me faz muito feliz. Dou muita risada. Gostaria de poder passear na rua, mas ainda se estressa demais com as pessoas e movimentos.

Eu amo o Horácio. Ele é meu brother e sei que vamos aprontar muito ainda.

Caso queiram ter um eu posso dar todas as dicas, mas pelo amor de Deus não comprem de contrabando.

Ah! Lembram quando disse que o cachorro comeria todas as minhas coisas? Se eu deixar o Horácio solto...